Provavelmente você já ouviu falar no Tether, a criptomoeda cujo valor está indexado ao Dólar.
Essa é apenas uma entre várias criptomoedas que fazem parte de uma categoria chamada de stablecoins.
Isso mesmo: são criptomoedas estáveis, utilizadas, tal como o Bitcoin, em um mercado tradicionalmente marcado por elevados níveis de volatilidade.
O número de stablecoins tem crescido, e a tendência é que esse crescimento não pare.
Bolsas como a Binance, países como a China ou grandes empresas como o Facebook já lançaram ou têm planos de lançarem criptomoedas estáveis nos seus próprios formatos.
Além das stablecoins, neste artigo poderá entender o que é Tether, como funciona e como pode usar essa criptomoeda para lucrar nos mercados financeiros.
1. O Que é Tether (USDT)?
É impossível falar de stablecoins sem falar do Tether (USDT).
Tether é a stablecoin mais popular, muito utilizada como moeda de troca em exchanges, como Binance ou StormGain, por exemplo.
O Tether é uma criptomoeda indexada ao Dólar americano, ou seja, 1 USDT = 1 USD.
A empresa responsável pelo Tether, a Tether Limited, garante ter reservas em Dólares correspondentes ao total de Tether em circulação, servindo assim de colateral a essa criptomoeda.
Ao garantir que tem a mesma quantidade em Dólares equivalente ao USDT que existe no mercado, a empresa responsável pelo Tether assegura a estabilidade do seu preço.
Por outro lado, se falhasse em provar que de fato tem o colateral necessário, os investidores iriam querer imediatamente vender as suas posições, o que levaria a um crash na criptomoeda.
No passado já existiram dúvidas sobre a verdadeira dimensão das reservas de Tether, uma vez que a empresa não divulga todas essas informações. No entanto, a criptomoeda continua sólida e até já alcançou um lugar no Top 3 do CoinMarketCap.
2. Para Que Serve Tether (USDT)?
Provavelmente você deve estar se questionando:
O que levou à criação de uma criptomoeda com níveis de volatilidade assim tão baixos? Como ela se beneficia disso?
A necessidade de moedas estáveis antecede a existência das criptomoedas. Na prática, faz parte da natureza humana a busca por estabilidade financeira.
Isso seria impossível de alcançar caso a moeda que utilizamos ou os preços com que nos deparamos fossem constantemente instáveis.
É por isso que, no caso do Brasil, o Banco Central do Brasil, o BACEN, tem a missão de assegurar a estabilidade dos preços, já que, tanto uma inflação como uma deflação teriam efeitos terríveis na Economia do país.
Para cumprir esse mandato, o BACEN reserva as medidas de política monetária que considerar necessárias, sejam elas mais ou menos convencionais.
No caso das criptomoedas não há uma medida imposta por um regulador para garantir a estabilidade de preços.
No entanto, uma criptomeda como o Tether pode ajudá-lo a ter maior previsibilidade e até a ganhar com maior regularidade nos mercados financeiros.
2.1 – Como lucrar com Tether?
Devido à grande volatilidade dos seus preços, um dos grandes desafios que as criptomoedas ainda enfrentam é provar que são eficientes reservas de valor.
A pergunta que muitos fazem é:
Como posso manter a longo prazo uma posição se essa corre o risco de perder valor a qualquer momento?
Na prática, uma stablecoin como o Tether resolve esse problema.
A existência de uma criptomoeda estável, à qual os investidores possam recorrer sem limites quando negociam em uma exchange, significa que têm acesso a uma reserva de valor dentro da própria plataforma onde negociam.
Ou seja:
O Tether pode ser utilizado para fazer hedging nos mercados financeiros. Quando existe incerteza ou volatilidade no mercado, você pode passar a sua posição de outra criptomoeda para Tether e, assim, garantir a sua estabilidade.
Imagine que tem uma posição de Bitcoin e receia que o seu valor vá cair em breve. Se quisesse assegurar a sua posição, em uma situação normal teria de:
- Fechar a posição em causa;
- Dar ordem para fazer o saque do dinheiro para a sua conta;
- Receber o dinheiro.
Uma alternativa pode ser simplesmente trocar por Tether, poupando tempo e, provavelmente, comissões.
Dessa forma, assim que estiver confiante de que o Bitcoin (ou outra criptomoeda qualquer) vai subir, pode voltar a comprá-la com maior versatilidade.
E o mais curioso nisso tudo?
Você pode pensar que, pela popularidade que tem, o Bitcoin é a criptomoeda com maior volume diário no mercado, certo?
Errado. Essa posição é ocupada precisamente pelo Tether, o que diz muito sobre a sua utilização como reserva de valor no mercado das criptomoedas.
3. Onde Comprar Tether (USDT)?
Como já deve ter percebido, o Tether é uma criptomoeda muito útil nos mercados financeiros.
Apesar de não ser uma criptomoeda para investir, já que o seu preço é estável e por isso não vai valorizar, com ela você pode mais facilmente controlar as suas posições de outras criptomoedas.
Duas bolsas em que pode comprar Tether são a Binance e a StormGain. Assim pode tirar proveito das suas vantagens!
Binance
A Binance é uma das maiores bolsas de criptomoedas do mundo, especialmente conhecida por ter mais de uma centena de criptomoedas, incluído várias opções mais exóticas.
Nessa plataforma você pode a qualquer momento trocar a posição que tem em outras criptomoedas por USDT, de forma a proteger os seus investimentos em momentos de maior incerteza.
StormGain
Outra opção é a StormGain, uma plataforma mais recente e com um número inferior de criptomoedas disponíveis (apenas disponibiliza as mais populares), mas que tem crescido no Brasil.
A StormGain está atualmente oferecendo um bônus de 25 USDT para novos usuários que se registrarem e que fizerem o primeiro depósito no valor de US$100. Para utilizar basta seguir o link abaixo.
4. O Que É Stablecoin?
Para entender melhor o que é uma stablecoin, talvez seja melhor explicarmos o problema que ela resolve: a volatilidade.
O mercado das criptomoedas é particularmente marcado pela volatilidade de preços, sendo um exemplo perfeito a perspectiva histórica sobre o valor do Bitcoin:
- 17 de dezembro de 2017: US$ 19.830
- 17 de dezembro de 2018: US$ 3.460
- 17 de dezembro de 2019: US$ 6.600
É certo que o valor alcançado em 17 de dezembro de 2017 se tratou de um máximo histórico e que uma correção de preço seria esperada. Essa comparação ilustra justamente isso.
A volatilidade é a marca de um ativo que, no espaço de um ano, chegou a sofrer uma desvalorização superior a 80%, para logo no ano seguinte quase duplicar de valor.
Claro que, para os investidores, é precisamente essa volatilidade que torna o mercado das criptomoedas interessante. O risco pode até crescer, mas os lucros potenciais também são exponencialmente maiores.
Veja o seguinte exemplo:
1. Investe-se US$ 100 em BTC quando a criptomoeda vale US$ 0,10 – em 2009;
2. Consegue-se com isso comprar 1.000 BTC;
3. Em 2020: 1 BTC = US$ 9.000;
4. No fim de contas fica-se com US$ 9.000 x 1.000 BTC = US$ 9.000.000.
Hoje em dia parece utópico, mas a verdade é que muitos investidores conseguiram somar ganhos dessa dimensão. Por esse motivo, o mercado das criptomoedas se tornou uma opção consensual entre investidores.
Por outro lado, é precisamente a volatilidade que continua a ser apontada por muitos como como uma barreira à adoção em massa das criptomoedas no mundo real.
Devido à volatilidade não é possível ter uma expetativa sobre a estabilidade do preço da criptomoeda e, consequentemente, dos bens comprados com ela.
A boy asked his bitcoin-investing dad for 1 bitcoin for his birthday.
— Ran NeuNer (@cryptomanran) December 8, 2017
Dad: What? $15,554??? $14,354 is a lot of money! What do you need $16,782 for anyway?
É aqui que entram as stablecoins. Essas criptomoedas introduzem o fator estabilidade, tanto nos mercados de investimento como em transações no chamado “mundo real”.
O preço de uma stablecoin está vinculado ao preço de outro ativo, geralmente o de uma moeda fiat (USD, EUR, etc.), razão pela qual mantém um preço mais regular, independentemente da incerteza que possa haver no mercado.
Enquanto isso, a maioria das criptomoedas, como o Bitcoin ou o Ethereum, não estão associadas a quaisquer outros ativos, por isso seus preços se regem pela leia da oferta e da procura.
5. Stablecoins Mais Populares
De acordo com o CoinMarketCap, as 5 stablecoins com maior volume diário, ou seja, mais utilizadas, são:
- Tether (USDT);
- USD Coin (USDC);
- TrueUSD (TUSD).
- Paxos Standard (PAX);
- Binance USD (BUSD).
Todas eszas criptomoedas estão disponíveis na Binance, incluíndo a USD Coin, que é a stablecoin criada pelo Coinbase.
A Binance USD (BUSD) é a criptomoeda estável da Binance, uma das mais recentes a serem introduzidas no mercado, devido à crescente popularidade desse tipo de ativo.
6. Stablecoins no Mundo Real
Uma das grandes questões sobre a adoção de criptomoedas para pagamentos tem a ver com a fixação de preços.
Como poderei pagar um produto no mundo real com uma moeda que tem um valor incerto? Qual é ao certo o valor do produto?
Na maioria dos casos, os comerciantes têm optado por aceitar pagamentos em criptomoedas, associando o valor do produto ao preço em moeda fiat, de forma a contornar a volatilidade do preço pago pelo consumidor.
Porém isso gera situações que nos fazem pensar duas vezes…
O resultado é, por exemplo, a mítica história por detrás do Bitcoin Pizza Day. Em 2010 duas pizzas em um montante total de 30$ foram pagas com o valor equivalente – naquela altura – a 10.000 BTC. Hoje em dia valeriam mais de 100 milhões de Dólares!
Dessa vez o comerciante se deu bem, enquanto o cliente se deu mal, já que pagou uma fortuna em Bitcoin. Mas a volatilidade no valor dessa criptomoeda faz com que seja incerto dizer quem ganha ou perde a cada momento.
Com valores estáveis, comerciantes e clientes podem usar os seus fundos sem pensar no amanhã, o que contribui para aumentar a previsibilidade e estimular esse tipo de solução.
Por isso existe um número crescente de projetos que visam a adoção de criptomoedas estáveis para pagamentos no dia a dia, de forma a solucionar o problema da imprevisibilidade.
Libra do Facebook
Em 2019 o Facebook anunciou o lançamento da sua criptomoeda, a Libra, que vai ser uma stablecoin, cuja unidade será igualmente designada por LIBRA, representada pelo símbolo ≋.
A Libra (≋LBR) foi desenhada de forma que o seu preço seja estável, razão pela qual o seu valor está indexado a um conjunto de depósitos bancários e títulos de curto prazo de Governos.
Além de uma criptomoeda baseada no preço de vários outros ativos, vão existir ainda stablecoins da Libra baseadas em moedas específicas:
- ≋USD – Baseada no Dólar americano;
- ≋EUR – Baseada no Euro, moeda da Zona euro;
- ≋GBP – Baseada na Libra Esterlina, moeda do Reino Unido.
O objetivo do Facebook é que essa criptomoeda seja um meio de pagamento global. A troca de Euros por Libras poderá ser feita na própria carteira virtual do Facebook e Whatsapp (a Calibra), ou em revendedores locais.
A data de lançamento da Libra é ainda incerta, visto que o projeto tem sofrido sucessivas alterações, fruto da forte regulação e até mesmo oposição de vários responsáveis, que inclusive levaram à saída de alguns dos parceiros iniciais do projeto.
Criptomoeda da China
O Governo chinês também tem nos planos um projeto que é em tudo semelhante à Libra do Facebook.
O Yuan Digital está há muito tempo nos planos do país, sendo que até já foi admitido por responsáveis centrais:
Mu Changchun, Vice-Diretor do Banco Popular da China
A China está muito atenta às novas tecnologias, sendo que o próprio Presidente Chinês, Xi Jinping, já se mostrou muito favorável à tecnologia blockchain.
A stablecoin chinesa poderá ser lançada ainda em 2020 e deverá ser apoiada pelo WeChat e pelo Alipay da Alibaba.
Criptomoedas de outros países
Outros países também têm estado atentos ao crescimento das criptomoedas e, mais concretamente, das stablecoins.
Nos Estados Unidos, o Presidente da Reserva Federal (Fed), Jerome Powell, já admitiu que o aparecimento da Libra do Facebook veio pressionar o país a agir no mesmo sentido.
Na Europa, a Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, também já falou positivamente sobre a criação de um Euro digital, algo que, no entanto, ainda está a ser estudado.
Outro caso é o do Petro, criptomoeda da Venezuela que, neste caso, já está em vigor desde 2018.
O Governo venezuelano indicou que o objetivo da criptomoeda seria ajudar o país a combater o grave problema de inflação que enfrenta, sendo que, de acordo com o Presidente Nicolás Maduro, o Petro tem como garantia as reservas minerais e de petróleo do país.
7. Conclusão
As stablecoins são um tema cada vez mais popular, sendo que têm vários usos, quer seja para compradores e comerciantes, quer seja para investidores nos mercados financeiros.
É natural que o tema continue a ser muito falado ao longo dos próximos anos, à medida que mais países entrem nesse mercado e que empresas lancem as suas próprias soluções.
Em Resumo:
– O Tether (USDT) é a stablecoin mais relevante, sendo que tem um volume de transações no mercado superior ao próprio Bitcoin.
– As stablecoins são importantes para investidores que queiram gerir com versatilidade as suas posições dentro de uma Bolsa, já que permitem eliminar a volatilidade que caracteriza a maioria das criptomoedas.
– Para pagamentos no chamado “mundo real”, as stablecoins permitem aos comerciantes ter maior previsibilidade, pois não têm de se preocupar se o que recebem hoje vai valer menos amanhã.
– Atualmente já existem diversas stablecoins disponíveis, sendo que vários projetos estão em desenvolvimento, com a Libra do Facebook na liderança, que pretende cumprir o desígnio de levar as criptomoedas para as massas.